Este blog é um espaço para repensarmos nossa forma de ensinar e aprender no século XXI. Buscamos criar o novo a partir das interações entre os sujeitos conectados e interligados no mesmo desejo de evoluir.
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terça-feira, 24 de novembro de 2009

iniciação cultural: A lenda da origem da música

DEUSES DA MÚSICA INDÍGENA


No começo, nada existia sobre o mundo terrestre, que produzisse a doce melodia ou suave harmonia. Ninguém celebrava com alegres vozes os feitos mortais, ou tocava qualquer instrumento musical.
 
A melodiosa arte e a divina ciência na combinação de sons, era desconhecida, nenhum conjunto de orquestra havia sido organizado. Homem algum exercia a sacra arte da música e não compunha nem executavam peças musicais.

Um dia, o imortal Anhum, deus do canto e neto de Tupã, o Criador, desceu dos céus e veio passear no lendário Eldorado, as margens do rio Araguaia, em companhia da deusa Solfa, sua noiva e ao entardecer, o deus ficou muito triste, porque a vida dos homens era envolvida em um tenebroso silêncio.

O próprio deus Polo passava sem ruído e Tainacam vivia sem brilho. No alto do monte sagrado, as reuniões dos divinos eram realizadas em grande quietude e as canoras aves, pouco soltavam os seus límpidos gorjeios.
 
Então, Anhum, desejando manifestar os diversos afetos de sua alma à amada e divina Solfa, convocou no Ibiapaba os deuses, os semi-deuses, os homens e depois de muito discutirem, resolveram sob a orientação do deus melódico, erigir a Tupã, três altares de pedra e celebrar suave dança.

Feito isso, Anhum chamou a semi-deusa Araci, em primeiro lugar, e ela desenhou na madeira uma pauta composta de cinco linhas e quatro espaços, e além destas, outras linhas e outros espaços, pondo o nome nas primeiras, de naturais e nas segundas, de suplementares superiores e inferiores.
 
Em segundo lugar, convocou Vapuaçú deus dos sonhos amenos e das suaves ilusões, que crioo as sete claves, representadas por três interessantes figuras às quais deu os nomes de Sol, Fá e de Dó.
 
Em terceiro lugar, chamou Abeguar que rapidamente colocou sobre as linhas, sete pontos que foram chamados notas. Determinou que cada clave daria seu nome à nota que fosse assinada sobre a mesma linha e conseqüentemente, determinaria os nomes de todas as demais notas que estivesses na outras linhas e espaços. Finalmente o próprio Anhum deu nome às notas que subindo são: dó, ré, mi, fá, sol, lá, si.
E descendo são: si, lá, sol, fá, mi, ré dó.
Depois Manati formou a primeira Harmonia, aplaudido por todos.
Em seguida, o poderoso Guarací, executou o primeiro ritmo cadente e a primeira canção.

Tujubá, o poderoso mortal apresentou os primeiros acidentes, Sustenidos e Bemóis; formou as escalas; e criou os tons, os semi-tons e os intervalos. Solfã criou o primeiro cântico divino. Saci pintou as notas de preto e deu valor à cada uma.
Quando tudo estava concluído, Tupã ficou muito satisfeito e abençoou a música que tornou-se divina. 

Texto pesquisado e desenvolvido por
Rosane Volpatto
Bibliografia:
As Mais Belas Lendas Brasileiras - Wilson Pinto; Edições Excelsus; SC
 

Um comentário:

Anônimo disse...

essa lenda vem de que tribo indigena?